O mineiro Drin Cortes aproveitou a sujeira do muro para homenagear a cantora e fazer uma crítica social
Desde o início de agosto, os transeuntes mais atentos que passaram pelo Viaduto Sarah Kubitschek, no Complexo da Lagoinha, em BH, notaram um detalhe diferente na paisagem urbana. Por meio de uma criativa e contundente intervenção, a figura da cantora britânica Amy Winehouse surgiu em meio à poluição, ao lixo, a viciados em crack e moradores de rua.
Produzido pelo artista mineiro Drin Cortes, o trabalho utilizou como plataforma a própria sujeira da parede, decorrente da fuligem de fogueiras acesas constantemente pelos usuários de crack. Para fazer os traços e detalhes, foram utilizados apenas pincel e pano molhados - técnica conhecida como grafitti reverso, eco-tagging ou graffiti limpo. O trabalho durou cerca de quatro horas para ser concluído.
Segundo Cortes, a intenção era deslocar um ícone pop para o contexto de uma - entre tantas - cracolândias de BH, principalmente pelo fato de Amy ter tido um histórico de problemas com drogas pesadas. O artista aproveitou como gancho a morte da cantora para homenageá-la e, ao mesmo tempo, fazer uma crítica social. "O fato de ela ter sido viciada não fez com que fosse ignorada como essas pessoas são todos os dias", pontua.
Reverse Graffiti
A ideia que serviu de base para a arte de Drin Cortes surgiu do trabalho do paulista Alexandre Orion. O artista plástico fez uma intervenção no túnel Max Feffer, em São Paulo, onde desenhou, apenas com um pano molhado, quase duas mil caveiras. Enquanto desenhava, Orion foi parado diversas vezes por policiais, que apenas fizeram perguntas e anotações. No entanto, o projeto, entitulado Ossário, foi apagado no dia seguinte por um caminhão de água da prefeitura da capital paulista.
Além de Orion, outro grande representante da modalidade é o americano Paul "Moose" Curtis. Em abril de 2008, o artista lançou o documentário The Reverse Graffiti Project que mostra, em São Francisco, a arte como protesto contra a poluição e a falta de cuidado com as megalópoles do mundo.
Reverse Graffiti
A ideia que serviu de base para a arte de Drin Cortes surgiu do trabalho do paulista Alexandre Orion. O artista plástico fez uma intervenção no túnel Max Feffer, em São Paulo, onde desenhou, apenas com um pano molhado, quase duas mil caveiras. Enquanto desenhava, Orion foi parado diversas vezes por policiais, que apenas fizeram perguntas e anotações. No entanto, o projeto, entitulado Ossário, foi apagado no dia seguinte por um caminhão de água da prefeitura da capital paulista.
Além de Orion, outro grande representante da modalidade é o americano Paul "Moose" Curtis. Em abril de 2008, o artista lançou o documentário The Reverse Graffiti Project que mostra, em São Francisco, a arte como protesto contra a poluição e a falta de cuidado com as megalópoles do mundo.
post original: