Assim como as pinturas rupestres
o grafite é uma linguagem, um processo intersemiotico de re-criar e/ou
re-formar as linguagens. O grafite surge na década de 60 em Paris.
Grafite
Etimologicamente, designa o
bastonete de grafita, mineral de carbônio, usado na fabricação de lápis . Daí
originou-se a expressão grafismo, que, segundo a Enciclopédia Mirador
Internacional, é definido como:
“ O grafismo designa-se de
qualquer outra forma de atividade motora pela intenção de registro, que aparece
desde as primitivas inscrições das cavernas” (1979; 5404).
Em sua raiz etimológica deu origem à palavra italiana
graffitto, tendo como plural graffitti. No idioma inglês graffiti sem diferença
para o plural e o singular. No português grafito, tendo como plural grafitos.
No dicionário Aurélio a partir da edição de 1987 a grafia de grafite(s) com o
significado de inscrição urbana.
Nesse
ponto de vista podemos considerar então o grafite como a forma mais antiga de
registro do homem. Historiadores documentam seu retorno em outros espaços e
tempos da antiguidade, como na Grécia e em Pompéia. Em nossa contemporaneidade,
o registro oficial que temos foi seu aparecimento em Paris, em 1968 a partir de
um movimento de opressão política que resultou em rebeliões de ruas.
Fazendo essa referencia ao tempo
das cavernas podemos notar que as pinturas rupestres são consideradas uma forma
de registro histórica assim como o grafite por ser uma forma de comunicação e
expressão, mas a intenção dos “homens das cavernas” era de caráter místico,
descaracterizando então nesse sentido a pintura rupestre como uma comparação
com o grafite. O grafite na sua maioria tem caráter provocativo de expressão
política, pessoal, profissional, entre outros.
pinturas rupestres da caverna de lascaux
Podemos evidenciar o caráter
profissional do grafite através dos muralistas que utilizam o grafite como uma
interferência estética. Não há um caracter provocativo, mas sim artístico.